terça-feira, 28 de agosto de 2012

Isadora McB. Night (Testamento)



            Fragilidade é a Imagem que Isadora McB Night transparecia... Mas, de alguma forma, como que com um grande Talento, deixava sua Imagem e até mesmo Postura e Comportamento de uma Refinada Condessa dona de Grande Fortuna e Maravilhosa Fortaleza, para assumir a Identidade de uma Rústica Camponesa “paganis’ (pessoas de vida simples, trabalhadores do campo, com crenças voltadas à Natureza), deixando de lado todo o seu Requinte, olhar Vivo e Sedução, de movimentos Sutis. Isis Bloodrain, era sua fuga para Mundo além de suas Muralhas... Era seu Portal de Entrada para m Mundo sem Olhares Cobiçosos, Gananciosos, onde podia Vagar por onde quer que fosse, sem ter de se acompanhada por seus Serviçais. O Umbral deste portal eram os “Moon’d’Lupi” –Seus criados Pessoais e Valiria Paganis, filha destes.
            Como Isis Bloodrain, era uma garota de Grandes Mistérios... Como Isadora McB Night, um Profundo Poço de Desejos, Segredos e Intenções.
            Muito pouco sabia-se a seu respeito, na realidade, nada sabia-se além do que à vista, podia-se ver, ou seja: Mulher de Aparência Jovial, Beleza Única, Detentora de uma Grande Fortuna, Poder e Influencia, ao menos, é o que demonstravam os Suntuosos Bailes de Mascaras e Jantares. A presença de tão bem trajados convidados, vindos em tão belas carruagens, a todos transparecia que eram Importante Personalidades, de Grandes Famílias tradicionais, com Belos e Joviais Cônjuges, filhos e filhas; Sedutores e Virginais.
– Gente estranha. Pensava-se. –De que grande Império seria Herdeira para esbanjar tamanha Fortuna a atrair outros tantos visitantes, também de Grandes posses, vindos em Grandes e Luxuosas Comitivas, à contemplar seus Grandes Bailes e Jantares, Ágape. E que Segredos, Histórias e Mistérios ocultaria aquela tão Encantadora e jovial Beleza? – estes eram alguns dos principais questionamentos feitos uns aos outros aldeães residentes de toda a região circunvizinha de “WaterFord”.
            A Mansão “FortRock” como era conhecida, por ter sido erguida com Rústico Requinte em granito, hoje tomado por Densa Relva e pequenas janelas e muitos vitrais. Fora construída em a cerca de um século, pelo suposto Patriarca da Família de Isadora.
            Homem de Expressão Dura e Severa, Olhar Frio , e de Hábitos  Excêntricos e Peculiares,(participava de Duelos de espada e tiro. Nos de Espada, os ferimentos nunca o abalara; nos de tiro, parecia nunca ter sido atingido). Ninguém parecia saber de sua Vida, Homem reservado. Sabia-se ser dono de uma Inestimável Fortuna adquirida, diz-se, de anos de Tradição Naval Mercantil. Proprietário de uma flotilha mercante, Allan Hangcruel (Cap. Frost) como era comummente chamado pelos tripulantes quando decidia, ele mesmo, comandar uma de suas embarcações; casara-se com Samanta Siegel  D’Munique (mulher de grandes posses e poder), expandindo assim, suas Riquezas, Domínio e Poder, dando inicio a Poderosa Família B. Night.

            Allan B. Night mantinha sua Fortuna principalmente como Mercador e Agente de inúmeras outras Importantes Famílias, por todo o Velho Mundo. Fizera fortuna como mercador de Relíquias religiosas, como sarcófagos e itens Únicos de Templos pelo Mundo, e especiarias encomendadas por grandes comerciantes. Muitas Famílias tradicionais com quem mantinha próximo contato o procuravam seus serviços como agente, para assim, espalmarem pelos cinco Continentes.
            Allan também prestara grandes Serviços a coroa levando o “lixo Humano” dos calabouços para as “Ilhas Cárcere”. A alcunhe de Capitão Frosty viera quando ele mesmo tomava o comando de suas Nau, transportando seus “Amigos de Poder” pelos 7 mares para habitarem em novas terras, pois quando assumia o comando, era homem destemido. Sua Frieza e Rigidez o fazia seguir Cortando o Oceano, como o Vento Frio, fazendo-os parecer uma seta certeira no alvo, uma Lâmina de fio agudo na macia carne de Netuno. Nestas empreitadas não era Surpresa a falta de alguns homens, de certo... Caídos no Mar.



                                                    '''-(Continuação)-'''



De nada se teria conhecimento, quer seja de sua história ou atividades e costumes, não fosse o fato de Isadora, já há algum certo tempo, estar sendo observada tendo todos seus passos seguidos. Quando em suas idas e vindas às Cidadelas, era observada de muito, muito perto. Seu percurso de volta a Velha Mansão era seguido por entre as Arvores... Quando em casa, era observada, tendo seus costumes observados ao longe, por entre o arvoredo que cobria toda a volta da Mansão, mantendo a discrição do lugar, em meio à extensa planície salpicada de Carvalhos e Coníferas, cortada por pequenas estradas acidentadas por cascos e carroças e carruagens. Sua mansão se desviava cerca de duas Milhas da principal Estrada.
            A Condessa muito pouco se expunha, e muito raramente dirigia-se aos distritos vizinhos, quando o fazia preferia o frescor e discrição Noturnos. Vez que outra era vista durante o dia, cercada de criados, tendo Valiria, sua criada pessoal, sempre ao seu lado, coordenando aos demais.
            Valiria era moça de Traços Suaves e Semblante Duro, aparentando não mais que 15 anos de idade. Sua Doçura, por vezes desfazia-se em Fel. Não provinha de Rico Berço, porém, cabia-lhe o Nobre Dever de garantir o Bem Estar de sua Senhora. Tarefa de Grande Responsabilidade, Honra e Importância, demonstrando Imensa Confiança em seus Serviçais e Cuidados.
            Em meio a toda impostura da Mansão, e Frieza de sua Arquitetura, o ambiente ao redor e dentro dos Limites das Altas Muralhas sugeria Sutileza e Requinte, Graça e Beleza... Alerta e Perigo. Por toda a extensão das muralhas, pela parte interna, corriam largas linhas de Arbustos espinheiros com flores de tons que variavam do Violeta ao Carmesim, crescendo entre seus ramos. Em todo o resto que não fosse área construída via-se Pomares, Pinheiros.
            Um Imponente e Nodoso Carvalho cercado por Bétulas e Salgueiros formava a figura de um “Circulo ponto” de duas camadas, com as Bétulas à margem. Um caminho de Pedras seguia do Grande Portão até o átrio de entrada, interligavam-se as aglomerações de Pomares, Pinheiros, a uma fonte com a figura de Venus cercada por tritãos e sereias, a um espelho d’água, a estufa, e por fim ao Circulo Ponto... Aqui e ali, margeando de forma descontínua estas trilhas, viam-se inúmeras espécies de rosas e cravos. Em Beleza e Singularidade à entrada da Propriedade e por toda a volta da mansão, estavam as mais fascinantes e Alvas Rosas, de uma Brancura Única.
            Em uma rara aparição diurna, Isadora pode ser vista sair pelo Imenso Portal da Mansão, precedida por seis criados á montar uma larga tenda de setas e pesados tecidos de tons de cor Negra e Púrpura. A Condessa seguia tendo Valiria ao seu lado, e mais criados acompanhando-a, fazendo-lhe sombra com uma armação parecida com a que montavam próximo ao espelho d’água, protegendo-as do Sol de fim de tarde. Tão logo fora instalada à beira d’água, parte da criadagem retirou-se para logo em seguida retornar com Jarras e Bacias do mais Puro Ouro, onde Isadora pode lavar o rosto e as mãos, sendo assistida pela criadagem que se apresentou para alcançar-lhe toalhas, Carmesim. Ali, abrigada do Sol, falava aos criados no que parecia ser um tom de Alegria, Ria audivelmente, então passou a gesticular para a criadagem fazendo gestos circulares com as mãos, ora apontando para o Casarão, ora para o centro e arredor de sua Larga tenda. Os criados parecendo relutantes, passaram a ser então comandados por Valiria, sempre prestativa aos Desejos de sua Senhora. Todos então se retiraram, seguidos por Valiria, retornando após instantes o que parecia ser todo o contingente de criados, cerca de quinze indivíduos divididos entre cinco homens, dez mulheres e a Criada Pessoal, carregando bandejas cobertas e travessas de frutas. A Condessa pareceu ainda mais animada quando todos se aninharam a sua volta, banqueteando-se de frutas e tortas, bebendo bebidas quentes. Isadora não fez questão de provar dos frescos frutos ou das tortas, contentara-se em apreciar o que parecia ser especo vinho de frutas que lhe davam um tom entre o Rubro e o Bordo.
            Com a chegada da Noite, Coberta por um Belíssimo Manto Estrelado e uma Gigantesca Lua de Brilho intenso, Isadora, com auxilio de Valiria e mais uma criada, despiu-se, lançando-se em seguida a banhar-se no grande espelho d’água que refletia um Belo Brilho Prateado. A criadagem, que ali estava, pouco a pouco se retirou para que sua Senhora desfrutasse de privacidade. Archotes foram acesos pela grande área ao redor da Mansão e pelos seus corredores internos dando a tudo um tom lúgubre. Isadora, banhava-se como se estivesse em uma sessão de relaxamento... Dançava, girando em círculos e gesticulando com as mãos, traçando desenhos pelo ar, como que em um ritual à Mãe das Águas ou à Deusa Lua. O brilho prateado da Lua em nada contrastava com a Alva imaculada Beleza e pele alva de Isadora, envolvendo-lhe em uma Áurea de pureza... A noite avançou e todos se retiraram.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

'''-Tempestade-'''


Torrencial era a Chuva, e Uivante o Vento. Trovões estremeciam nossa Casa por Inteiro, Relâmpagos faziam da Noite, Dia. A Tempestade que se abatera sobre nós veio Feroz.
            Vivian acordara Assustada, e Violett comprimia-se entre nós em busca de Proteção. Prontamente pus-me de pé, sem demora Vivian já estava com nossa pequenina em seus braços. O Vento Gritava, forçando portas e janelas, como que em Ameaça, parecendo nos forçar a sair de casa. Os Céus estavam em Guerra...Um Estrondo, e o Vendaval estava agora em nosso quarto. Tomei Vivian pela mão, e apressadamente saímos rumo ao corredor. Atrás de nós o Vento Lançava tudo aos ares e depois ao chão. Seguimos pelo corredor rumo à escada. O Vento se chocava contra as paredes... Quando no topo da escada, fomos atacados por uma forte Rajada que nos fez oscilar, por um instante de Horror vi minha Amada soltar minha mão e precipitar-se escada abaixo... Minhas Duas Únicas preciosidades saltavam para os Braços da Morte. De forma instintiva e com Grande Reflexo, consegui ainda alcançar Vivian e puxa-la pela mão; desequilibrado e sem apoio cai de costas e de volta ao corredor com Vivian e Violett sobre mim... Vivian Gritava pelo Susto, Violett chorava e Soluçava por Todo aquele Caos. Agora, o Vento sobre nós, corria ora como Correnteza, ora como Fortes Rajadas, parecendo golpes a nos infringir Castigo.
            De volta à escada, descemos apressadamente, eu seguia a frente guiando meus Amores. Assim que atingi o sopé, fitei pela janela procurando ao menos uma pequena parcela do espetáculo de Luz e Trevas que presenciara na Noite anterior... Procurei ouvir os Uivos e Pios, ou o Pesado Silêncio, mas, nada daquilo parecia existir mais. A cada Relâmpago a Escuridão era Desfeita, a Noite iluminava-se como o Dia. A cada Trovão a casa Estremecia, e a tudo silenciava com um Ensurdecedor Urro de Fúria, fazendo até mesmo aquela Forte Chuva Silenciar por alguns instantes.
            Seguimos adiante em busca de Abrigo e Segurança,; cruzando pela sala ouvimos mais um Estrondo e agora, a Ventania entrava também pela janela, chocando-se com a corrente vinda do Nível Superior da casa, criando a nossa volta um Turbilhão de Vento, Chuva, Folhas, e tudo mais o que houvesse em nossa casa... Vivian Gritava e Violett Chorava e Soluçava. Minha Mente era Revolvida por um Amontoado de Pensamentos, Suspeitas, Conspirações, Duvidas, Revolta e Concentração... Meus Pensamentos Giravam em Círculos, não me levariam a lugar algum, ou conclusão alguma, não em meio a todo aquele Terror. Todo o meu Foco, agora, deveria estar na Segurança de minhas Preciosidades... Com tudo aquilo acontecendo era muito Difícil manter os olhos abertos, abracei Vivian que segurava Violett contra seu peito, e com dificuldade consegui guia-la, aos tropeços, em direção da cozinha, onde afastando a mesa tivemos acesso a um alçapão, rapidamente conduzi-as seguindo-as logo em seguida, rapidamente tornando a puxar a mesa, fechar e trancar o alçapão.
            Lentamente descendo a escada, cheguei por fim, ao porão. Um ambiente pequeno, de certo modo, local destinado ao nosso “Armazenamento de Alimentos” e Abrigo Familiar em caso de Sinistro. Local projetado com o Desejo de Jamais ser tomado como refugio. Para nossa melhor acomodação possuíamos ali, a disposição, uma confortável cama de palha e plumas, onde agora minha Esposa em choque e com o Olhar Perdido e Pensamentos Vagos, permanecia sentada com nossa Filha em seu colo, grudada em um Forte Abraço. Sentei-me ao lado de Vivian, abracei-a e beijei os cabelos de Violett... Com os cotovelos apoiados nos joelhos, repousei a cabeça sobre as mãos.
            Lá em cima, o Vento Bufava e Rugia. Atônitos, permanecíamos calados, apenas Ouvindo e Orando.
            Vivian, entre as suas, juntou as mão de Violett em oração, em seus ouvidos recitava algumas palavras para que a pequena as repetisse, aos meus, soavam como:
            -Papai do céu, cuida de nós, nos proteja e não deixe que nada nos machuque...
A oração de minha pequena continuou por mais alguns instantes, porém, minha Mente estava Perturbada, pouco ouvia, e mais uma vez o Vento Bufava e Rugia.
            - Deus é Muito Bom! –Dizia Vivian com o olhar vago, comprimindo Violett em seus braços.
            Violett estava cansada.
            -Deus é Muito Bom!?! -Eu repetia de forma inexpressiva querendo convencer a mim mesmo.
            -Sim! Muito Bom, estamos Juntos, estamos Bem e Olhe, temos nosso Armazenamento. Por mais que o Vendaval tenha destruído a tudo em nossa casa, e por mais quem nos tenho levado horta ou animais, teremos alimento e água para alguns meses. Olhe! Violett dormiu, ela esta bem, apenas um pouco assustada e cansada. E eu... Confesso que meu Susto foi Tremendo, mas, estou Feliz e Agradecida por estarmos em Segurança... E estou cansada.
            Um Susto! Lá em cima algo parecia sacudir a mesa sobre a entrada de nosso Abrigo. Algo parecia Arrastar e Arranhar o alçapão. O Vento continuava Bufando e Rugindo, agora, com uma Fúria quase Bestial. Aquele Terror duraria por muitas horas ainda... Meus Ombros pesavam, meus olhos se fechavam... Os sons sumiam ao longe, a Mente se aquietava... Uma Musica Suave...Um Canto Envolvente...Uma Vóz de Mulher...-Vivian?... Escuridão... Silencio.