quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

'''-Outono 1ª Parte-'''



O
 Outono havia finalmente chego, enlaçando-me com todo o seu Encanto e Beleza, em resposta, eu Saudava-o com Alegria e Admiração, pois, esta sempre fora minha Estação predileta. Realmente adorava-a, por toda a sua Magia e Particularidades, por todas as pequenas coisas que antecediam sua chegada e transcorriam durante todo o seu período... Coisas Profundamente Simples, como por exemplo: O bailar de flores e folhas suspensas e bailantes pelo ar, precipitando-se do alto das frondosas copas, remexidas pelo Vento, projetando-se com Leveza e Maestria, em uma Dança, como um “balé Cósmico”, de encontro ao solo que as recebia com Conforto e Reverencia. O Aroma e Frescor da Brisa que nos parece acariciar o rosto como em um convite à Sedução. Os Tímidos Raios de Sol, em um esconde-esconde, por traz das nuvens, que quando menos espera-se, fogem por entre as nuvens cruzando os Céus, e acertando em cheio as copas e a chuva de folhas secas, tinge todo o ar de um Laranja Vivo. A transição do Cinza do Outono para o Alaranjado característico, era como estar de fato em um sonho, como que ser tomado de um Incrível Sentimento de Vida, momento de Fantasia e Sonho em meio a Mais Viva Realidade; o Uivo de Lobos, o piu de Águias e outras aves de rapina, e também toda a sorte de Animais e Criaturas viventes, manifestavam-se por entre galhos, arbustos... Enfim, tudo era Singularmente Belo, Vivo e Reflexivo. Afinal, este é um Tempo de Equilíbrio, Mudança e Transformação, onde tudo na Natureza Morre e se Renova, até mesmo as Folhas ficam douradas e as hortas se reciclam. Momento de olharmos para nós mesmos, em Reflexão e Introspecção... Mabon.
            Eu parecia estar vivendo em meu Paraíso Pessoal. Com uma esposa Maravilhosa, Vivian, e uma filha Encantadora, próxima aos seus 7 (sete) anos, Violett.
- Você tem alguma ideia do que possa ser, um “Paraíso Pessoal”? Se não sabe, ou acredita que sim...
Pense em tudo aquilo que seria capaz de lhe tornar um Ser Completo, completo, não somente em si, mas também, em Harmonia com o Todo. Como se Presenteado pelo Próprio Deus ou Deusa, com uma Incrível e Profunda Felicidade, Sem Igual e Sem Fim, algo Tão Puro e Profundo, como Contemplar em Verdade a Face e Glória a Face do Próprio Criador... Feche seus olhos por um pequeno instante, eu lhe peço. Agora Livre sua Mente de Todo e Qualquer Pensamento que possa lhe Obscurecer a Visão do Espírito, e Perturbar a Clareza de sua Mente. Limpe seu Coração de Todo e Qualquer Baixo Sentimento e Desejo Material. Livre-se de Tudo o que seja Material, Terreno, Sujo e Imoral... Conecte-se com Teu Espírito, Pense Profundamente, Sinta esta Felicidade, Visualize-se Tomado por tal Divina Felicidade a percorrer tuas Artérias, enchendo-lhe o Pensamento, Transbordando por teu Peito, Inflamando o Espírito, te elevando a Alma a Níveis tão Elevados, como se tu fosses disperso em Consciência por Todo o Universo e Criação. Estado onde o menor movimento das partículas subatômicas fosse percebido, e o movimento de Todo o Universo lhe fosse como um Filme, que pode ser percebido quadro a quadro... Níveis tão Elevados como as Mais Altas Esferas Celeste.
         ...Talvez, agora você seja capaz de compreender-me melhor. Abra seus olhos e Veja o que Vejo, Sinta o que Sinto, através de Minhas Tão Vividas Memórias...
(...)
            Uma doce Brisa cruzava “o Bosque onde vivíamos afastados das Cidades”. Tal Brisa anunciava ao meio da tarde, a chegada do Outono, varrendo a tudo como uma grande onda, e envolvendo a tudo como se pelo abraço da Natureza... A Própria Deusa. Aos primeiros dias da nova estação, Violett, por horas a fio, divertia-se colhendo belas flores e folhas secas, frutas e grãos, a fim de que, juntamente com Vivian, viessem a confeccionar e produzir espécie de cordões coloridos, com as flores e folhas... Grinaldas, também belos arranjos e deliciosos pratos dignos da singularidade do “vivo material que os compunha”. Em resposta ao trabalho e esforço de ambas, eu recolhia lenha e gravetos secos, para que nas primeiras noites da “Segunda Colheita”, pudéssemos nos reunir em volta de uma grande fogueira, em um ambiente todo preparado, com  toda a Arte de Vivian e Violett, representando as Maravilhas e continuidade das Bênçãos concedidas pelas Estações. E ali, permanecíamos durante Tão Agradáveis e Incontáveis horas, cantando, dançando, rindo e brincando, e sobre tudo, agradecendo a boa passagem de uma, e também celebrando as muitas expectativas e promessas da Estação presente. E finalmente, expressando um Grande Sentimento de Gratidão pela “Farta Colheita”, tendo como símbolo de nossa gratidão a “Cornucópia”. Agradecíamos também a Tudo e a Todos a nossa volta. Em particular, eu agradecia com todo o meu Ser, por hoje, poder estar junto de Vivian, minha Senhora, e minha pequenina Princesa Violett, de todos... O Meu Maior Tesouro
Nos preocupávamos em cultivar tudo e todo o necessário a nossa Modesta e Singela Vida. Em caso de necessidade de algo em especial, e tão somente diante de uma significativa necessidade, partíamos de encontro a cidade às margens do Bosque, e então, conseguíamos trocar, sem grandes dificuldades, ou lucro algum, suprimentos e provisões. Nosso tão limitado contato com as cidades, possui raízes no fato de o Terror e a Violência estarem se espalhando como uma Grande Praga por todos os lados, conquistando ante a Corrupção de Valores Morais, e a Perda e o Esquecimento de Grandes e Antigas Virtudes, preciosidades estas, que já habitaram o Espírito e o Coração Humano.
            Sempre me permito pensar em Tudo o Que é Bom e Provem do Espírito, e hoje, se perde Sufocado pelo Orgulho, Vaidade e Ambições Humanas, sinto uma Dor Profunda e um Grande Pesar, por já ter vivido em épocas onde, não o Medo ou a Maldade, mas Sim, a Inocência e a Esperança Reinavam... Para onde estará caminhando o Mundo? De certo, para um precipício. Profundo precipício, onde o homem será atormentado pela própria criação.
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