sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

'''-Proclamação ao Mundo-'''

   A
 História que aqui se apresenta, foi-me Revelada. Seu Princípio está contido num Tempo muito Além da Criação do Próprio Tempo, e por hora, não a posso Revelar... Meu encontro com o Protagonista deu-se de forma inesperada, uma Feliz Coincidência; um Encontro Predestinado.
            Relato agora, o dia e ocasião de nosso encontro e, sigo, então, com o que chamo de “Proclamação ao Mundo” em apelo pelo Reavivamento de Valores e Virtudes já esquecidos. Suas Memórias martelam minha Mente; Sua História e Vida me incendeiam os Olhos; Inflamam meu peito; sua Dor me comprime o Coração; Angústia Desfalece meu Espírito. Seus Amores, Valores e Virtudes me Transcendem a Alma, me movem... Impulsionam.
            O Séc. XX nos trouxe muitas mudanças, progresso e desenvolvimento... Mas, ao contrario do que Acreditávamos e Esperávamos, não Progredimos como Ser Humano, nem Desenvolvemos nossa Consciência de Coletivo. Com o Séc. XXI vieram as Pestes, A Guerra, A Fome... E a Morte (...). A Morte nos perece ter sido tirada da face da Terra, para que assim, cumpramos em Vida, as penas de Nossa Alma.
            Os Dias são Cinzentos e as Noites, Escuridão Total. Voltamos a Idade das Trevas. As Garras desta Treva Aprisionaram nossa Liberdade, Feriram nossa Tranquilidade e Sangraram nossa Paz. Sua Capa Encobriu nossa Cultura e expressão. Seu Punho Esmagou nossas Estruturas e nossa Coragem Agoniza. Sua Ceifa Matou Nossa Religião e Ameaça aqueles que a Desafiam. Muitos são os que alcançaram, assim, a Verdadeira Paz... Acredite, por estes dias, o Melhor que nos pode Acontecer é a Morte. Sobre todo este Clima Sinistro, nada posso afirmar, pois tudo se deu de forma repentina e inesperada, tudo começou com as Guerras e Rumores de mais Guerras, a Fome se Espalhava, nossa Estrutura social Ruía, o Medo se Espalhava e as Pessoas passaram a mostrar seu lado mais Primitivo, afinal, “O homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre”. (Mosias 3:19)...
E assim, começaram os saques por toda a parte, a Violência era comum e a Gentileza parecia “crime”. As emissoras de ”TV”, cada vez mais, vendiam Ideias Vazias, Invertiam Valores, enfim, Realmente Corrompiam e Acorrentavam a Mente Espírito da População desavisada... Por último, lembro-me de rumores de Terror Generalizado, “animais selvagens” espalhados pelas cidades, Exércitos invencíveis – E quem diria: Velhas Lendas Fantásticas trazidas a Luz por pessoas, aparentemente, Sãns e de Credibilidade, tanto do meio Comum, como do meio Artístico – Por fim, perdemos todos os Meios de Comunicação, digo todos porque até mesmo os meios mais primitivos como o Verbal, se perdeu… O Medo nos assombra e já se passam 5 anos... Aqueles que temem por suas Famílias, vivem em uma espécie de  Bunkers particulares, muitos destes escavados as pressas. Vivemos todos, de reservas de Alimentos e Água, claro que nem todos se prepararam, vivem como chacais.
            Nossa Sociedade Organizada e o “Animal racional” parecem não mais existir. Vivemos Ilhados em nossas casas e Isolados entre Nós, em casos mais Críticos... Isolados dentro da Própria Família.
...
            Foi em um entardecer, difícil distinguir o entardecer de qualquer outra hora do dia, pois o Brilho do Sol e o Encanto das Estrelas são encobertos pelo que parece uma espessa camada de Poeira e Fuligem... Uma Bomba, Um cometa- Magia (risos)? Não sei. Digo que se tratava do Entardecer, porque, naquela data em Especial, eu relembrara meu Amado pai, falecido pai que, embora eu não o tenha conhecido, tenho por ele um Grande Amor e Admiração construídos sobre as Memórias de minha Amada mãe, sobre um Homem que a fizera Imensamente Feliz e, que tivera uma morte trágica, assassinato, tentando protegê-la. O por do Sol incidia em Vermelho por sobre as A Capa de Treva, uma leve brisa soprava, me contando nos ouvidos um Segredo que meu Espírito tentava decifrar e, arriscando minha Segurança e de minha Própria Família, resolvi sair de casa, minha Toca sob nossa casa, e tentar a Sorte no Mundo Cão. Andei sem Rumo com a Mente Vazia e o Coração em Casa, Guiado por um Forte Sentimento e Intuição – Grande Bobagem isto de Intuição – acabei diante de uma Antiga e Decadente Capela, em sua fachada via-se apenas as pendentes e oscilantes letras a “anunciar”: Últimos Dias – Não somente meu Coração, mas agora, minha Mente também estava em Casa. Entrei.
            Arriscando, porém, com uma estranha Força Interna, não temendo por minha Vida – Pois quem pratica uma “extinta religião” ou demonstra sinais de Fé é Mortalmente Penalizado pelas “Sombras”, denominação do Novo Governo Mundial- Entrei, e, estranhamente, fui Tomado por um Sentimento de Tranquilidade, Mente e Coração estavam em Paz, algo me sussurrava: Tudo Ficará Bem. Minha Família de preocupação tornou-se Suporte, continuei minha exploração, percorrendo pelos corredores, olhando as salas reviradas, abandonadas, algumas delas iluminadas pela Mórbida Luminosidade vinda pelo teto desabado, quando, de dentro de uma sala uma Grande Sombra saltou sobre Mim, me lancei de costas ao solo com o coração saltando pela boca, um som forte e rítmico acelerado golpeava meus ouvidos, podia sentir o hábito da Morte soprando meu rosto quando em um Ato de Coragem abri meus olhos e... Pombas! (...) pombas haviam feito um ninho e ciscavam pela sala quando se assustaram com minha invasão. Alívio e um Sentimento de Ridículo.
            Dando continuidade em minha aventura de desbravamento e, rindo de mim mesmo, prossegui pelo corredor que levava ao grande salão. Incrível como o Tempo Passa, e embora fiquem enraizadas as boas lembranças e nós, a Cruel Passagem do Vento trata de pelos olhos, destruir velhos Sonhos. A Imagem do salão, embora ainda com as paredes em pé e, sem ninhos e outros animais como residentes, era de Total Abandono, com as cortinas rasgadas, bancos espalhados, completamente desalinhados, o púlpito destruído, me veio a mente a Imagem de Boas Pessoas, “marginalizadas”, por Pessoas Más, que às puxavam com vigor, às empurravam com Ódio, às olhavam com Desprezo, expulsando-as de seu Templo de Paz. Aquelas que Reagiam, mesmo que em Defesa de seus Amigos/Familiares, eram escorraçados, pisoteados e levados cativos em grandes comboios, para onde... Nunca se soube.
            Abateu-se sobre mim uma grande Desolação... Eu estava Só, todos estávamos Sós. Sorte eu ter minha Família como Porto Seguro e por ser seu Esteio.
            Tomado pelo Sentimento de Desolação, caminhei oscilante até a segunda fileira central, tendo um Enorme Peso por sobre os Ombros e um duro Nó na Garganta, sentei-me. Dos olhos transbordavam meus Temores, escorriam minhas dores, soluçava Dúvidas, já de joelhos, Clamava por Respostas, esperando que um novo Caminho se apresentasse.
Exclamei:
- Por quê??? Onde está Você, e onde estava quanto Teus Filhos precisavam de Ti e Onde estais agora que todos clamam ou em Alta Voz ou no Silêncio de seus Corações? Todos esperamos que nossas Dores Acabem. Não é Justo que recaia sobre nós este Mal, mesmo... Mesmo que sejam frutos de Nossa Semeadura. Não quero Nada (...). Somente que Salve Minha Família. (...) Mas não a minha, mas sim, QUE SE FAÇA A TUA VONTADE!!!
            Neste momento, ouvi um grande barulho de desabamento, olhei a minha frente e um imenso bloco do teto havia despencado. Pensei: Wual! Grande resposta... o mundo vai cair nas nossas cabeças. – Ri-me.
           Ergui minha cabeça, abrindo os olhos, para poder avaliar a situação e saber se correria, ou não, risco de ser soterrado por escombros da Capela. Uma pilha de escombros se espalhara pelo púlpito, mas havia algo além de tudo aquilo, uma forma estanha por entre a névoa de poeira e entulho. Aproximei-me com cautela, chega de surpresas! Aproximei-me do púlpito vagarosamente até o local do desabamento, lá chegando tudo era muito confuso, mal conseguia distinguir o que havia caído do teto com os bancos quebrados, procurei abanar a poeira e forcei os olhos para melhor poder ver, foi quando o Manto de Trevas fora rompido pelo Luar, permitindo fazer passar por uma fenda em seu tecido, um feixe do Brilho da Belíssima Lua, penetrando diretamente pelo teto aberto, incidindo sobre mim e a pilha à minha frente quando (...) Quando perdi o ar, um frio gélido me percorreu, fazendo-me oscilar sobre meus pés, algo se movia ante meus olhos, não contendo a exclamação disparada com um único fôlego:
- Um homem... Mas como pode, ele tem Asas!!!
Estava a ponto de procurar apoio, para que não perdesse a consciência ante aquela irreal surpresa, pois nada poderia fazer sentido e ser Real, quando aquele homem, aquela figura, com uma voz trêmula me chamou:
- Você, por favor, preciso de ajuda!
Estendeu-me a mão, mas recuei. Olhando com mais atenção, podia perceber uma série de ferimentos pelo seu corpo. Estava acomodado deitado de costas, quase como que sentado, seu olhar era de Dor, sua voz, de Súplica.
Aquela “Fantasia” invadira minha mente de forma abrupta, poderia ser capaz de descrever, até mesmo, sua irreverente vestimenta com braceletes prateados com punhais, um peitoril, saiote - lembrando o usado por romanos - e uma espécie de sandálias com tiras, também, de prata. Tudo em seu traje era prateado e do mais fino linho branco. Suas pernas também portavam punhais. Logo ao alcance de sua destra jazia uma espada longa.
Ainda acreditando estar fora da Realidade, tentei achar um fio de raciocínio e lógica, mas aquela figura alada permanecia diante de mim.
- Por favor, se aproxime!
Era Real, como pode?
- Isto é real? Digo Real, mesmo? Decidi flertar com meu devaneio.
- Tão Real como você mesmo. – Riu-se, seguindo de um gemido doloroso. –Segure minha mão, me ajude a levantar.

Estendi-lhe a mão em socorro de seu chamado. Quando me segurou, o fez com uma força incrível... Breu total, parecia ter desmaiado, parecia ter entrado em um vazio profundo, pois este era o sentimento, quando a voz do estranho ecoou alta e trovejante em mim, como se todo meu corpo ressoasse à sua Voz.




4 comentários:

  1. Parabéns pela publicação do blog com o Prólogo que mina nossas mentes de curiosidade, esperando pela explosão de inúmeras histórias fantásticas e recheadas de nobres valores tão esquecidos por esses dias. Desejo sucesso na nova e bela meta!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Bem primeiramente desculpe pela demora, só hoje consegui concluir a leitura.E sim fiquei encantada com a narrativa,Uma leitura q prende a atenção e admito na parte q inicia a descrição da tal " criatura alada" hegou a ser emocionante tipo " prendi a respiração e nao consegui desgrudar os olhos" ate concluir a leitura. E o melhor é o tipo de leitura q te deixa esperando mais, só faltou um detalhe no final
    ( continua............ ) kkkkkkkkkk
    Enfim esta de parabens querido !!!!!!!!!!!!
    Q venham as proximas estórias :)

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  4. Legal teu texto. Muito poético. Gostei da ortografia original. Parabéns. Precisamos de textos complexos e sofisticados, que que não se preocupem apenas em narrar, mas que possam também nos emocionar e teu texto cumpre com esse objetivo. Continue assim aguardo os próximos capítulos. Abraço.

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